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Saúde Sexual e Deficiência Intelectual

5. Comportamentos

5.2. Ser diferente

Ser diferente


G. Vigeland Sculpture Two hands around a woman

Escultura: G. Vigeland

 Orientação Sexual

As PCDI são vistas, desde há muito tempo, como assexuais ou hipersexuais. Normalmente são considerados como alinhados com a orientação sexual dominante, os heterossexuais (42) (39). “Num estudo sueco (40), os participantes referiram à “invisibilidade” das PCDI que são LGBT que têm problemas em exprimir e valorizar a grande variedade de experiências sexuais e de gênero que existem” (39).

Apesar da crescente importância e investigação sobre as PCDI e a sexualidade, há pouco ênfase nos direitos dessas pessoas relacionados com a diversidade de orientação sexual (39).

Nas PCDI, a diversidade de orientação sexual é a mesma do que para o resto da população. Isto significa que existem lésbicas, homossexuais, bissexuais e assexuais nesse grupo. Assexualidade, significa não sentir atração sexual por outras pessoas. Há um grande debate nesta área, se deve ou não ser rotulado como “orientação sexual". É um duplo fardo ter uma deficiência intelectual e uma orientação sexual diferente, que pode ser difícil de entender e aceitar pelas pessoas que a rodeiam, e que pode provocar reações emocionais negativas (38).

Aparentemente o grupo das PCDI, têm mais sentimentos negativos em relação ao sexo com alguém do mesmo sexo do que o resto da população (44). Aparentemente há também menos PCDI que se sentem sexualmente atraídas pelo seu próprio sexo do que seria de esperar (40). 

As PCDI tem mais dificuldade do que as restantes pessoas em encontrar bons exemplos , que é um aspeto importante para a construção de uma identidade lésbica, gay ou bissexual (38,40). As pessoas que as rodeiam podem também reagir negativamente à aproximação de uma pessoa do seu próprio sexo. Reações desse tipo podem ser causadas pela necessidade de proteger a PCDI de situações que a levem a se afastar daquilo que é "normal".Os pais podem ser levados a pensar que não compreendem "o jogo" entre sexos. Em alguns casos, as pessoas que rodeiam a PCDI e notam esse comportamento, podem pensar que é uma situação abusiva e sentir a necessidade de intervir (40). Há pouca documentação sobre PCDI atraídas pelo seu próprio sexo, que demonstre que elas são mais suscetíveis de sofrer abuso do que as outras. Homens com DI, que fazem sexo com outros homens desconhecidos (em parques e estacionamentos) correm o risco de HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis (41). Provavelmente, seria melhor que a pessoa fosse frontal sobre a sua orientação sexual e, na medida do possível, a assumisse livremente.

Dois artigos de reapreciação foram publicados em 2016, com enfase  nas PCDI que se identificaram como homossexuais (42) (39). O estudo McCann (42) analisa 14 diferentes estudos qualitativos e quantitativos ou de métodos mistos. Cerca de 71 pessoas participaram nesses estudos. Todos os artigos incluídos na McCann (42) estão também incluídos no artigo de Wilson (39), com exceção do Löfgren-Mårtenson (46). O estudo de Wilson (39) analisa 44 diferentes estudos qualitativos e quantitativos ou de métodos mistos. Cerca de 400 pessoas participaram nestes estudos. Diversas conclusões estão resumidas nos artigos. As PCDI estão em minoria na nossa sociedade.

Algumas declarações reiteram que as PCDI DI que se assumem como LGBTQI (lésbicas, homossexuais, bissexuais, transexuais, intersexuais ou queer) são “uma minoria dentro da minoria” (42) (39). Será que na sociedade de hoje é permitido a estas pessoas "serem elas próprias" e assumirem a  sua orientação sexual e de gênero? Ou serão "invisíveis" para os pais, para os cuidadores e para as pessoas que os rodeiam? Vários artigos escritos nos últimos anos pedem uma maior sensibilização para estas questões (42,39). Os homossexuais com DI enfrentam desafios em matéria de orientação sexual. “As pessoas com DI que se assumem como LGBT  enfrentam ainda desafios importantes em matéria de expressão e de identidade sexual” (42)

A assexualidade é a falta de atração sexual por ambos os sexos. No entanto alguns podem sentir-se atraídos e fazer sexo com outras pessoas, ou com eles próprios. Ou também desenvolver relações românticas e íntimas. É a ausência de atração sexual por ambos os sexos que descreve a assexualidade (43). Bogaert (43) estima que cerca de 1% da população é assexual.

 


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Questões para reflexão:

Conhece alguém que se identifica como LGBTQ?


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