Saúde Sexual e Deficiência Intelectual
2. Liberdade individual, proteção jurídica e autodeterminação
2.2. Identidade
Identidade
Foto: S. Kühle- Hansen
Identidade
A identidade é um aspecto importante da vida humana, frequentemente afetado por traços sociais tais como género, etnia, adesão a uma grupo e família.O desenvolvimento da identidade é um processo dinâmico que começa na infância e se prolonga ao longo da vida. Características de desenvolvimento são importantes para a identidade própria das crianças e jovens com DI. Portanto, devemos centrar a nossa especial atenção no apoio à construção da sua identidade (8,10,11,12 e 13).
Ao apoiar a construção de identidade das PCDI, destacamos as diferenças
entre ser criança, jovem adulto e adulto. Um desses meios é falar sobre o
impacto do diagnóstico e da incapacidade na vida quotidiana da pessoa. A criança também precisa que lhe expliquem por
que motivo precisa de ajuda no jardim de infância, na escola e como adulto, na
sua própria casa. Compreenderem
quem são deve ser, preferencialmente, uma parte integrante da forma como vivem
a sua vida diária (8,13,14).
Caso: Homem com síndrome de Down de quem muitas mulheres gostam
Alguns aspetos importantes das pessoas com DI a serem considerados: A pessoa aceita o diagnóstico que lhe foi feito ? A família / parentes aceitam esse diagnóstico? A pessoa tem um diagnóstico complementar? A pessoa conhece todos os diagnósticos que lhe foram feitos? Alguém já informou a pessoa sobre ser um adulto vulnerável? A pessoa define-se a ela própria como solitária? (Relatório SUMO; 13)
Questão para reflexão:O seu filho (a) aceita o diagnóstico que lhe foi feito ?
Ver modulo Transição para a idade adulta
Existem alguns mitos em relação aos indivíduos com DI como “eles são as eternas crianças” ou “aqueles que precisam de compaixão”. Hoje, há um reconhecimento de que as pessoas com DI devem ser respeitadas como pessoas com direitos iguais aos outros cidadãos, quaisquer que sejam as suas especificidades e interesses.
Todos precisam de esperança e apoio dos seus sonhos. Ao mesmo tempo, é importante ter expectativas realistas. Jovens com um DI precisam de apoio para a compreensão da sua própria identidade. Conversas sobre relacionamento e amizade; "Quando fores mais velho, podes arranjar um amigo ou um namorado", "Juntos podem fazer coisas muito fixes. Podem ir ao cinema, ir à piscina nadar ou ir a um café”. Se as expectativas deles sobre casar e ter filhos não forem realistas, o assunto deve ser discutido com cuidado e com carinho. O seu papel é apoiar um desenvolvimento e uma compreensão da auto-identidade e dos outros.
Alguns tópicos do relacionamento para serem discutidos: "Não é razoável dar à luz quando não há recursos para criar um filho", "fale sobre a quantidade de coisas que uma pessoa com DI precisa na sua vida quotidiana", "fale sobre como ter uma boa vida sem filhos", " fale que os irmãos podem ter filhos e quão importante e gratificante é ser tio / tia ".Atividades para apoiar o PCDI a construírem um conhecimento sobre si próprias:
Actividades que ajudam as pessoas com DI a construir a sua identidade.
Deixe-os livres para conhecerem o mundo e a si próprios. Deixe que eles experimentem diferentes situações sem ajudá-los muito. Isso dá-lhes experiência e o apoio de que precisam, e a linguagem desenvolve-se ao contextualizarem a situação. "Compre comida e pague na caixa".” Escolha artigos da loja a seu gosto”. "Limpe o armário da sala." Deixe-os experimentar situações quotidianas. Assim ficam a saber no que precisam de ajuda e o que conseguem fazer sozinhos. Tente discutir coisas que acontecem na sua vida do dia a dia. Fale sobre algo que leu em livros e jornais. Tente relembrar do que falou ontem, na semana passada etc. Faça um álbum de recortes.
Criem imagens / livros de texto para quem não consegue falar. Pode ser um álbum de recortes e um calendário de imagens semanal no seu telemóvel ou iPad. Vejam as fotografias juntos e fale sobre as pessoas, os lugares e os eventos que eles conheceram no mesmo dia / semana.Peça ao seu filho para tirar selfies. Tirem fotos de costas, das costas, do rosto, das mãos e dos pés. Tirem fotos de perfil. Tirem fotos de cima e de baixo. Vejam as fotos juntos. O que mostram as imagens? Falem sobre o que veem. Vejam fotos antigas quando o seu filho tinha dois, cinco e treze anos, comparem e vejam como cresceram. Explique como o corpo se desenvolve.
Deixe as crianças fazerem um livro de fotos sobre a narrativa da sua própria história. Essa história pode ser levada para a escola ou apresentada aos amigos. Pode ser mais fácil falar sobre a sua própria história se houver fotos que a possa comprovar, . Pode ser mais fácil para a rede compreender a criança / jovem se virem fotos da família, dos parentes, de atividades, fotos de férias etc.
Algumas PCDI não têm capacidade para fazer perguntas. Ensine-os a perguntar sobre os interesses dos outros, por ex. "O que é que gostas de fazer?", "O que é que gostas de comer?", "O que é que gostas de fazer no teu tempo livre?", "O que é que gostas de fazer em conjunto com a sua família e com os amigos?”, “Quais os jogos que jogas no teu computador?” Além disso, ensine-os a falar sobre os seus próprios interesses (14,15).
Ensine-os a apresentarem-se de uma forma agradável: “Meu nome é Hilde e tenho 12 anos. Eu vou para a escola Minthouse e gosto de fazer álbuns de fotografias”.
Peça à criança que construa uma rede separada dos membros da família. Deixe-os em paz com os outros, para que se familiarizem com suas próprias instalações. Converse com os seus familiares "Ele pode jogar à loteria consigo durante cinco minutos?" "Pode levá-lo ao quiosque para comprar um gelado, eu irei atrás?" Deixe os familiares se sentirem familiarizados e confiantes no convivio com sua filha / filho.
O que é que a criança / jovem pensa de si própria? O que é que a criança / jovem sente perante diversas situações? Eles ficam estáveis, revoltados? O que vêem quando se olham no espelho? Quando eles agem quando eles se arranjam. Olhem um para o outro no espelho. Fale sobre o que vê. Em que posição está, está deitado ? Com que rapidez consegue sentar-se no chão e mudar de novo de posição? O que sente quando roda de posição. O que pensa quando está deitado de costas, de barriga para baixo, de lado na relva? O que sente quando está no tanque com os amigos? Ensine as pessoas com DI a expressarem sentimentos. Ensine-os a diferenciar sentimentos diferentes..
A personalidade é aquilo que você é e o que sente em diferentes situações. Fale sobre vivências, e gaste algum tempo recordando memórias. Explique como se deve cumprimentar os amigos, os conhecidos e os novos conhecimentos. Ensine a cumprimentar pessoas diferentes de forma diferente. Umas estão à vontade e gostam de receber um abraço. Outras não estão tão à vontade e apenas gostam de ser cumprimentadas com um simples aceno ou um aperto de mão. Lembre-se que a criança que distribui abraços a todos sempre continuará assim quando crescer. Ensine bem cedo a avaliar diferentes situações. Crie algumas regras. Pode ser bom aprender a distinguir bons amigos e conhecimentos de circunstância.
São inúmeros os tópicos sobre os quais pode falar. Não tenha medo de nenhum tema! Quando fala com tranquilidade, com palavras simples sobre um tópico, fica a conhecer melhor o modo como as crianças / jovens / jovens adultos pensam.
Ver modulo Transição para a idade adulta
Ver módulo Envelhecimento
Desenho de: Henriette 13 anos.